Nada como perceber as potencialidades e fragilidades das empresas por meio do diagnóstico de nosso dia a dia. As empresas são feitas de pessoas. Pessoas têm potencialidades que precisam ser mantidas e também pontos fracos que necessitam de atenção. O corriqueiro e o cotidiano sempre nos ensinam coisas incríveis. Nos pequenos frascos é que encontramos os grandes perfumes, já dizia minha falecida mãezinha.
Estava na segunda-feira de Carnaval trabalhando para diminuir as pendências da empresa que possuo, juntamente com meu sócio e minha secretária. Lá estavam outros dois funcionários e um prestador de serviços fazendo reparos na Internet e na rede da empresa. Resolvi que deveríamos construir uma agenda compatível com nossos compromissos e, para tanto, precisávamos organizar os nossos contatos.
Peguei a pilha de cartões de visita, recebidos por mim e também os contatos do meu sócio e comecei uma triagem por categoria de contatos. Dos meus cartões, fiz a classificação rapidamente, pois conhecia cada um dos contatos. Já os do meu sócio, foi mais complicado. Aí veio a revelação: muitos dos cartões eu não pude classificar porque não havia no cartão qualquer indicação da atividade da empresa. Lindos cartões por sinal. Caros até, mas cuja finalidade ficou perdida. Ao perguntar para meu sócio do que se tratavam os cartões que separei, ele mesmo teve dificuldade para se lembrar do que se tratavam.
Duas dicas aqui: a primeira é a de que, já que pretendemos arrasar na arte e na criação dos nossos cartões de visita, que eles ao menos possam transmitir a mensagem com competência. E a segunda: sempre que recebemos um cartão de visita, o ideal é que façamos anotações que possibilitem nos lembrar da pessoa, da empresa e do objetivo do contato.
Outras coisas gritam pela nossa atenção. Não é certo, nem nunca será, que todas as pessoas irão associar uma determinada propaganda, outdoor, cartaz ou qualquer outro meio de divulgação, às nossas atividades e à nossa empresa. O que está claro para nós, não necessariamente está para os outros. Então, que sejamos coerentes nos dizeres, claros e objetivos na mensagem e que, principalmente, todos possam compreender quem somos e a que viemos.
Isso também se estende para as declarações de visão e missão da empresa. Outro dia, em uma de minhas aulas, dei o seguinte exemplo de visão: nossa empresa quer ser a maior, mais feliz e mais lucrativa do país. Ora, se a visão tem o objetivo de comunicar o que a empresa é, no que essa declaração que acabei de citar diz? Nada. Qual é a empresa que não quer ser grande? Qual delas não quer ser feliz, ainda que felicidade seja algo muito relativo. E ainda, qual empresa pretende não ser lucrativa, ainda que seja sem fins lucrativos?
Toda declaração de visão deve explicitar de forma muito clara e objetiva o que a empresa é, ou seja, a que ramo pertence, se é nacional ou estrangeira, se é multinacional ou não, o porte e, principalmente, o que ela faz. Industrializa o quê, comercializa o quê, presta serviços em quê? Vende para o varejo? Atacado também? Enfim, diga tudo o que de fato apresenta a empresa e não gera dúvidas.
A mesma coisa para a missão, aquela declaração que pretende fazer compreender para que serve a empresa, qual a sua razão de ser, qual diferença faz ela existir mesmo que muitos concorrentes já façam a mesma coisa. Significa explicitar as melhores formas de se fazer algo em consonância com a visão. Uma complementa a outra e não se confundem.
Mas as empresas continuam insistindo em comunicar sem se fazer compreender. Certa época, uma grande empresa de chocolates, veiculou nas telas das emissoras de televisão uma propaganda de bombons que era uma gracinha. Bons atores, enredo inteligente e que custou uma boa quantia para permanecer no horário nobre. O que faltou? Foco!
No final eu perguntei para a minha família reunida na sala de TV: qual era o produto que estava na propaganda mesmo? Todos me olharam e somente um respondeu: bombons, mas não me lembro a marca....
Comunicar bem é a chave. Não só na empresa, mas também na vida pessoal, no dia a dia, nos nossos relacionamentos. É muito comum as pessoas se desentenderem porque alguém não disse o que precisava ser dito. Eu mesma já fui vítima desse desencontro de informações. Um pensa uma coisa, enquanto o outro está pensando algo totalmente diferente.
Sucesso!
Claudia Fonseca Rosès é professora universitária, consultora de negócios e diretora do Instituto de Educação Fonseca Rosès – IFR. O IFR tem para você Administrador, bem como para seus familiares e amigos, cursos de capacitação, palestras e encontros que poderão contribuir para uma carreira bem sucedida. Conheça o nosso site e faça um contato conosco: www.institutofr.com.br – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.