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"Uma pá de cal sobre as teorias estratégicas que apontam para competição como foco estratégico e lucros como único objetivo relevante."
 
O recente pedido de falência do Monitor Group, empresa de consultoria do guru da competitividade, Michael Porter, deixa claro que os modelos estratégicos tradicionais já não dão conta do novo mundo.
 
O modelo das 5 forças de Porter é baseado nas ameaças competitivas:
 
1. Rivalidade dos concorrentes
2. Poder de barganha dos clientes
3. Poder de barganha dos fornecedores
4. Produtos substitutos
5. Novos competidores
 
Porter recomenda que a estratégia das empresas seja construída a partir da avaliação dessas forças, com base numa análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças).
 
Não podemos ignorar a importância da avaliação do cenário competitivo.
 
Mas o que Porter e muitos outros consultores tradicionais propõem é a incansável busca da lucratividade através de uma estratégia baseada na antecipação de ameaças e na construção de uma posição de força.
 
A história demonstra que grandes impérios foram construídos dessa forma.
 
E essa mesma história comprova que todo grande império é cercado de inimigos que tramam sua destruição. Conquistadores são temidos, mas também temem: é o circuito do medo.
 
Nosso mundo vem evoluindo para um novo patamar de consciência. Essa é uma afirmação vaga e de difícil comprovação, mas que tem o valor de instigar o livre pensar.
 
Alguns indicadores dessa transformação são concretos e sensíveis, particularmente para os temas relacionados com direitos humanos, preservação do planeta e cidadania.
 
Outros são mais abstratos e revelados através de atitudes coletivas como o crescente repúdio a autoridades externas (principalmente as institucionais), o desejo de protagonizar e a ênfase no desenvolvimento pessoal.
 
Presenciamos a valorização do indivíduo e o reconhecimento da interdependência como caminho para uma vida melhor.
 
As implicações dessa nova consciência para os negócios não são poucas e nem triviais.
 
Uma das mais importantes, e que "explica" a falência do modelo de Porter, é a relevância da "inclusão". Não aceitamos ser excluídos com a mesma resignação de antes.
 
Essa atitude algo "rebelde" oferece a interessante oportunidade de revisão do caminho estratégico indicado por Porter, onde "competir" dá lugar a "colaborar".
 
As forças ameaçadoras, se "incluídas", podem adquirir o status de forças construtoras do negócio.
 
Pedi a um psicanalista, certa feita, que definisse o amor. Sua resposta foi "amor é o legítimo interesse pela felicidade do outro". Falar de "amor" no contexto de negócios pode parecer tão estranho como falar de "medo".
 
Então vamos parafrasear a definição do psicanalista e ater-nos ao conceito: "o legítimo interesse pela satisfação do outro".
 
Esse é o conceito fundamental para os negócios no contexto da nova consciência social, capaz de construir novos "impérios" que serão sustentáveis porque serão "inclusivos", ou seja, terão como missão a satisfação (negociada) das partes interessadas.
 
Colaboração requer confiança e implica em compartilhamento de decisões e disposição para negociar.
 
Quem não estiver preparado para isso irá continuar consumindo seus recursos para construir muralhas e tentar impedir que os inimigos as derrubem.
 
 
Por: Flávio Ferrari
Flavio Ferrari é sócio da UNIT34 – Decisões Estratégicas.
Representante no Brasil da Senvendots ( www.senvendots.com ).
 Coach associado do CCL – Center for Creative Leadership ( www.ccl.org ).
Consultor especializado em Gestão Estratégica, Processos de Decisão, Inovação e Desenvolvimento de Equipes, com mais de 30 anos de experiência executiva nas áreas de Inteligência Competitiva, Marketing e Comunicação.
Reconhecido por sua criatividade aplicada ao desenvolvimento de negócios e como um dos primeiros "cool hunter" da América Latina.
Divide seu tempo livre entre escrever crônicas e explorar filosofias orientais.

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A maioria dos líderes não consegue criar uma equipe de alto desempenho porque, por exemplo, vai falar sobre finanças, mas está no Serasa, vai falar de relacionamentos, porém não vê nem fala com os pais há anos, fala de crescimento, mas só chegaram à gerência pelo parentesco com o dono.

O dia 09 de setembro é lembrado como o Dia do Administrador. No Brasil, a profissão foi regulamentada pela Lei Federal n.º 4769, no mesmo dia de 1965. A atividade começou a ganhar força no país por volta dos anos 40, quando as empresas se tornaram mais maduras e a necessidade de mão de obra qualificada começou a surgir com mais afinco, formatando as funções do administrador.

"Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que eu sou um sucesso". (Michael Jordan)

Quem nunca ouviu a frase "O cliente tem sempre razão"? Alardeado por profissionais e livros de marketing. A ideia de que é preciso fazer de tudo para deixar seus clientes satisfeitos parece uma verdade incontestável da arte de fazer negócios. Trabalhar para deixar todos seus clientes felizes é uma ideia bonita. Será, no entanto, que ela se sustenta na vida real?