Conhecimento, preparo técnico e integração com a empresa: especialista dá dicas para um RH competente e proativo.
"A maioria dos gestores de RH dá pouca ênfase ao treinamento de suas equipes. Não é como os profissionais de vendas, que costumam passar por treinamentos intensivos." Quem afirma é o professor e consultor José Carlos Fontão Giúdice, quase meio século de atuação profissional, especialista em Recursos Humanos, Administração de Pessoal, Legislação Trabalhista, Previdenciária e Segurança do Trabalho. E se a falta de preparação adequada já seria um problema em si para qualquer empresa, Giúdice alerta: ela poderá ter maiores consequências a partir de 2013.
É quando se torna obrigatória a chamada EFD Social, ou Escrituração Fiscal Digital Social, que na prática é o envio mensal à Receita Federal, de forma digital e padronizada, da folha de pagamento e das obrigações trabalhistas, previdenciárias e fiscais de uma empresa em relação a seu quadro de funcionários. A EFD Social é mais um passo na consolidação do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), iniciado em 2007 e cujo módulo mais bem-sucedido, até o momento, é a Nota Fiscal Eletrônica.
Para Giúdice, a fiscalização tributária, previdenciária e trabalhista do País está passando por um processo de modernização e automatização que, se por um lado vem para facilitar, por outro requer das empresas uma profunda revisão de costumes. "Essa fiscalização toda será uma revolução. Com o sistema automatizado, se você não começar a revisar seu procedimento todo desde já – não só aprender a preencher os formulários, a usar o sistema, mas a revisar a qualidade da informação que está sendo passada, identificar os pontos fracos – muito passivo poderá ser criado."
Ele dá como exemplo a experiência do Registro Eletrônico de Ponto (REP), tornado obrigatório este ano. "As empresas ainda não estão lidando bem com essa forma de gerenciar a jornada de trabalho", diz Giúdice. "Por exemplo: o funcionário tem uma hora de almoço. Sai por 40 minutos e retorna à empresa faltando 20. Isso fica registrado. E o gestor de RH precisa saber que, se ele volta antes, a hora inteira do almoço vai ser devida ao funcionário como hora extra, com acréscimo de 50%."
Segundo o especialista, esse tipo de erro acontece geralmente porque os diversos setores da empresa desconhecem essa regra, mas, principalmente, porque faltou proatividade ao RH para alinhar a todos.
Nos cursos que dá pela Integração Escola de Negócios – como Desenvolvimento de Analista em Administração de Pessoal, Atualização em Legislação Trabalhista e Previdenciária ou mesmo Como se Preparar para a Implantação do EFD SPED Social –, Giúdice busca capacitar profissionais da área de Recursos Humanos para evitar tais erros, inspirando neles a mentalidade de que o treinamento e a atualização constante é uma necessidade.
Aqui, o professor dá 3 importantes conselhos aos gestores de RH:
1. Evite a especialização, conheça todo o processo.
"Como vou gerenciar algo que não entendo na sua totalidade? Mesmo que o gestor não participe de todos os passos da rotina de pessoal, ele precisa ter conhecimento de todos os procedimentos. Assim é muito mais fácil identificar passivos trabalhistas antes que eles prosperem. Isso não significa, porém, que o gestor deva centralizar todo o trabalho. Não, ele deve confiar em sua equipe e contar com ela. Mas não pode desconhecer nenhum passo do processo. Não pode, por exemplo, contratar um funcionário novo para o RH apenas perguntando: 'Sabe fazer folha de pagamento? Então está contratado.' Mas como? Às vezes, o funcionário veio de empresas de cultura diferente. Além disso, toda a equipe deve ser estimulada a conhecer mais. Ainda é comum empresas contratarem pessoas para o RH que 'só sabem fazer férias e recisões', ou 'só admissão', ou 'só relatórios anuais'.
2. Prepare-se para a tecnologia.
"O exemplo do Registro Eletrônico de Ponto é apenas um que mostra como a facilidade da tecnologia pode esconder perigos. Outro exemplo: a folha de pagamento. Não é só deixar a software house vir customizar o pacote para a sua empresa, sem supervisão. O RH tem de acompanhar. Porque às vezes, na instalação, pode haver uma má interpretação das necessidades e especificidades da empresa ou mesmo da legislação. De novo: ter o conhecimento geral e acompanhar o processo faz com que você identifique um passivo antes que ele ocorra."
3. O RH não é só um departamento, é a integração da empresa.
"Mesmo o RH mais bem preparado e conhecedor das regras e procedimentos não poderá evitar passivos se não tiver em contato direto com o restante da empresa. Os passivos começam a se formar nas pontas. No comercial, na logística, na informática... Porque, sem informação, esses setores desconhecem que estão errando. É preciso estabelecer normas e difundi-las na empresa. Mas, infelizmente, noto que ainda falta proatividade em vários departamentos de RH para ir até as demais áreas."
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