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Esta semana em minhas perambulações pela internet me deparei com um texto muito interessante no Mundo do Marketing, intitulado “Marketing Invisível: Sim, ele está ao lado“, escrito por Elizeu Alves. O texto explica um pouco sobre esta nem tão nova modalidade de marketing que está tomando conta do mercado. Achei interessante comentar aqui sobre o tema.

Como sabemos, todos os dias recebemos centenas de propagandas, seja no jornal que lemos, na novela que assistimos, no ponto de ônibus em que esperamos horas, no salão de beleza… enfim, todos os lugares que frequentamos tem lá uma bendita propaganda, interessante ou não. Por esta razão, os consumidores começaram a não prestar mais atenção à estas propagandas, tornando-se descrentes quanto ao apelo oferecido. Resumindo, as pessoas passaram a se tornar “cegos” com relação à esta enxurrada de anúncios, ou seja, eles vêem mas não enxergam a mensagem que o anunciante está passando.

Com a missão de acabar com esta “cegueira” intencional do consumidor, surgiu o Marketing Invisível, uma modalidade de marketing que fala sem dizer, que mostra um produto sem gritar no ouvido do cliente, a propaganda simplesmente está lá, quieta e imóvel, apenas esperando que você a veja. É bastante utilizada para testar a reação de consumidores a novos produtos, com pessoas contratadas ou situações planejadas para que outras pessoas conheçam o produto/serviço/marca sem perceberem que estão sendo testadas. Afinal, é muito mais fácil despertar a atenção de uma pessoa por um comentário de um amigo ou familiar sobre uma marca do que colocando um outdoor no meio da praça, correto?

No texto que citei acima, o autor cita bons exemplos de situações em que o Marketing Invisível esteva lá, mas muita gente não percebeu ou não sabia que ele existia. Vou citar alguns exemplos simples que vimos na TV recentemente, confira:

  • Quando assistimos à estréia do Big Brother Brasil 2011 esta semana, pudemos ver no televisor em que o apresentador Pedro Bial aparece todos os dias, a singela marca da Samsung na parte de baixo do produto. Simples assim.;
  • Quando assistimos à mini-série “Amor em 4 atos” na Globo, em seu segundo episódio, pudemos ver um letreiro luminoso do Banco “Caixa” em meio à noite escura da cena, em dois momentos. Quase ninguém notou, mas a marca estava lá;
  • No filme ‘Tropa de Elite 2’ há uma cena importante, onde uma pessoa filma algumas armas com um celular da Claro, enviando-as online diretamente para o monitor do Coronel Nascimento;
  • Na Copa do Mundo de 2010, quando Luís Fabiano fez um de seus gols, bateu com força no peito, com o punho fechado, vibrando. Muita gente pensou que era um símbolo de patriotismo, mas se reparar bem vemos que é o mesmo gesto que ele fazia na propaganda da cerveja Brahma, o gesto do “ser brahmeiro”.

Só para citar alguns recentes. E aí, você se lembra de ter visto estas marcas nas situações descritas acima? Pois é, muita gente não percebeu que aquilo se tratava de uma propaganda discreta. Quando vimos celebridades usando produtos que geralmente não vemos, fora das propagandas tradicionais, é bem provável que alguém ali recebeu um bom dinheiro para fazer tal propaganda “espontânea”.

E um excelente veículo para tal prática é a internet, onde conseguimos ver diversos tipos de anúncios em todo tipo de conteúdo, mesmo que não da forma direta que estamos acostumados. Seja no Twitter, Facebook, Orkut, blogs ou qualquer outra mídia social, estas ações invisíveis são cada vez mais comuns. Quem nunca acompanhou um blog ou uma promoção sobre determinado assunto e mais tarde descobriu que tudo se tratava de uma ação de marketing de uma grande empresa? Pois é, isso também é Marketing Invisível.

Mas nem tudo são flores. Do outro lado desta questão, há a discussão ética sobre as práticas de marketing invisível nos dias de hoje, como sabemos, as pessoas não gostam de ser manipuladas. Por isso, questionamentos acerca da legitimidade de tais práticas são levantadas a todo o momento: É certo ou errado? Vale o investimento para correr o risco de ser condenado pelo consumidor mais tarde? Esta discussão é longa e tem um significado para cada um, eu prefiro não me estender nela. Deixo pra vocês o julgamento final.

Por: Gustavo Periard - www.sobreadministracao.com.br